O PARADOXO DA ESCOLHA

O poder da escolha nos ajuda a expressar nossa identidade e nos permite desenvolver nossas preferências pessoais. Tendemos a escolher consumir mais daquilo que gostamos e imaginamos que quanto mais opções nós temos, mais nos sentimos felizes. Ou será que não é exatamente assim que tudo acontece?

Imagine que é sábado à noite, você está em casa e procura uma novidade para assistir. Você abre o serviço de streaming e começa a pesquisar, até que você se cansa e quando vê já passou muito tempo sem ter escolhido filme algum. Se já passou por isso, pense em como se sentiu depois de perceber que muito tempo passou: Triste? Cansado? Desapontado por ter perdido tempo?

A resposta do nosso cérebro a tantas opções e escolhas é o receio de fazer a escolha errada e perder a melhor opção. A isso o psicólogo e autor Barry Schwartz chamou de o paradoxo da escolha. Apesar de seu livro ter sido lançado em 2004, as ideias nunca pareceram tão atuais.

Aprender a escolher é difícil. Aprender a escolher bem é mais difícil. Fazer a melhor escolha em um mundo de possibilidades ilimitadas consegue ser ainda mais difícil.”

(Barry Schwartz, em O Paradoxo da Escolha)

O excesso de opções e de escolhas

As primeiras pesquisas no assunto iniciaram em 1995. Shena Iyengar, professora da Universidade de Columbia, decidiu testar o conceito de “escolha excessiva”. Como parte de seu experimento, ela abriu uma banca de mercado que oferecia amostras de geléia. A pesquisadora alternava entre oferecer vinte e quatro sabores de geléia para apenas seis.

Shena Iyengar observou que mais pessoas visitavam a banca quando mais geléias estavam em exposição. No entanto, era durante os momentos em que menos geléias estavam em exposição que a visita dos clientes se convertia em compra. A conclusão foi que, embora a escolha pudesse ser atraente, muitas pessoas acham estressante demais ter de escolher entre tantas opções.

Estamos cercados por dispositivos de última geração que prometem poupar nosso tempo, mas nunca parecemos ter tempo suficiente.

(Barry Schwartz, em O Paradoxo da Escolha)

O Paradoxo da Escolha de Barry Schwartz

Desde então, pesquisadores e comentaristas têm discutido amplamente o conceito de escolha. Em seu famoso livro “O Paradoxo da Escolha: Por Que Mais é Menos” (2004), Barry Schwartz defende a ideia de que o excesso de escolhas é o responsável por aumentar nossos níveis de ansiedade e depressão e nos fazer perder tempo ao invés de aumentar nosso bem-estar. Esse mesmo efeito se repete em diversas situações de nossa vida: ao escolher o sabor de pizza para seu jantar ou qual o modelo de carro pretende comprar.

Apesar de o livro ter sido lançado antes da criação do Facebook, Schwartz foi capaz de prever muitos dos comportamentos que hoje fazem parte de nossa realidade. As mídias sociais, com tantas fotos e vídeos, e as lojas virtuais, com uma infinidade de produtos, nos concedem um universo quase ilimitado de escolha, e os efeitos colaterais desse excesso de opções se tornaram evidentes.

As pessoas não fazem mais planos porque acreditam que algo melhor vai surgir, e o resultado é que ninguém faz nada.”

 (Barry Schwartz, em entrevista para o Pacific Standard, 2010)

As consequências das escolhas ilimitadas

Em seu livro, Schwartz sugere que o excesso de escolhas pode resultar em três efeitos:

  1. Análise de paralisia

Um jovem hoje, por exemplo, tem um mundo inteiro de possibilidades diante dele. Isso o paralisa quando o assunto é seu futuro profissional porque escolher uma carreira significaria perder a chance de traçar qualquer outra que também lhe parece interessante.

Esse exemplo ilustra o que Schwartz identificou: quando temos muitas opções de escolha, ficamos paralisados, sem saber qual a melhor escolha e, em consequência, não agimos.

Apesar de não ser o criador do termo FOMO (Fear of Missing Out), o conceito é muito próximo do que Schwartz estava sugerindo. A síndrome de FOMO pode ser traduzida como “o medo de ficar de fora” e foi inicialmente empregada para descrever a necessidade constante de saber o que outras pessoas estão fazendo nas redes sociais.

A FOMO paralisa o indivíduo, aumenta a ansiedade e cria o medo de estar perdendo algo relevante, exatamente como a paralisia diante de um processo de escolha.

  1. Remorso de comprador

Após horas navegando em uma loja virtual, você finalmente compra um produto. Nesse estágio, muitos clientes relatam experimentar uma súbita sensação de culpa. Schwartz acredita que isso é reflexo da dúvida do cliente, incerto se fez a escolha certa. O mesmo fenômeno se repete em outras situações em que nos vemos com muitas opções de escolha.

  1. Cansaço na tomada de decisão

Quantas decisões você toma por dia? Se incluirmos todas as decisões que tomamos, mesmo as mais pequenas, não seríamos capazes de somá-las. É como se o mundo exigisse que tomássemos decisões a todo o instante: dos e-mails do trabalho às mensagens de whatsapp da família.

Observando esses fenômenos, Schwartz chegou à conclusão que nosso cérebro tem energia para tomar um número finito de decisões por cada dia. Uma vez atingido esse limite, nossa capacidade de tomar decisões é drasticamente esgotada. Como resultado, o processo de decidir se torna mais estressante e exaustivo. Tristeza e depressão somam-se aos efeitos colaterais quando combinamos todas essas escolhas com altos padrões exigidos em nossa sociedade.

Afinal, como fazer escolhas?

Nós nos vemos diante de um paradoxo. Se por um lado o excesso de escolhas e as inúmeras possibilidades são responsáveis pelo aumento da ansiedade e outros efeitos colaterais, também precisamos considerar que a escolha é inevitável.

Para evitar a ansiedade, a frustração e a paralisia em nossa sociedade, precisamos aprender a fazer escolhas. Quando perguntado sobre a melhor maneira de tomar decisões, Barry Schwartz respondeu: “faça o que traz significado a sua vida.”

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