GANBARU: A RESILIÊNCIA NO PAÍS DAS OLIMPÍADAS 2021

 

 

O Japão, sede das Olimpíadas de 2021, tem um longo histórico de desastres naturais e alguns humanos. Nos últimos cem anos, o país foi palco de três terremotos (em 1923, 1995 e 2011), da explosão de duas bombas atômicas em 1945 e do acidente nuclear em Fukushima em 2011.

O que chama a atenção é justamente o fato de o país conseguir reerguer-se depois de tantas tragédias e ainda ser uma das maiores economias do mundo. A adversidade, alguns japoneses ousam dizer, foi a responsável pela força de seu povo e a criação de uma cultura da resiliência.

O que é “resiliência”?

Na física, resiliência é a propriedade que alguns corpos tem de retornar à forma original depois de sofrer alguma alteração; em outro contexto, podemos atribuir à palavra um sentido mais amplo: a capacidade de se adaptar à mudança.

A resiliência pode ser traduzida em japonês como um dos sentidos da palavra “ganbaru”: “resistir”, mas também “dar o seu melhor”.

A palavra “ganbaru”

Um provérbio japonês fala muito sobre a cultura de seu povo: “nana korobi ya oki”, o que poderíamos traduzir como “sete vezes caí, oito vezes me ergui”. O provérbio é normalmente citado como a ideia por trás do espírito de ganbaru, a força de caráter mais trabalhada em escolas japonesas.

A forma imperativa de ganbaru, ganbatte (que poderia ser traduzido como “Faça o seu melhor!”), surge constantemente em conversas, um reflexo de como a tenacidade é uma característica altamente valorizada na cultura japonesa.

Mas a resiliência japonesa não é perceptível apenas na linguagem. Também está presente na maneira como o país enfrenta adversidades.

Japão, um modelo de resiliência

Quem já visitou o Japão pode perceber a resiliência e o estoicismo presente no cotidiano da população. Depois do terremoto e tsunami de 2011 na região de Tohoku, qualquer observador estrangeiro ficaria surpreso ao constatar a calma e a civilidade com que os japoneses formavam filas na frente das lojas em meio a um cenário quase apocalíptico, sem o menor sinal de furtos ou vandalismo.

Não é de se surpreender que o Japão sediará os Jogos Olímpicos de 2021, mesmo em meio à pandemia. A dedicação ao trabalho e o senso de comunidade dos japoneses são indispensáveis para resistirem em tempos difíceis no presente, assim como no passado.

Resiliência ou Antifragilidade?

Mais do que adaptar-se à adversidade, o que vemos na história do Japão é uma sucessão de superações. O país não tem apenas driblado desafios, mas vem se erguendo mais forte depois de cada desastre — algo muito similar ao que Nassim Taleb chama de antifragilidade.

Diferentemente da resiliência, quando nos adaptamos a uma situação adversa, a antifragilidade envolve enfrentar a situação adversa e sair mais fortalecido.

Após o triplo desastre de 2011, por exemplo, quando o Japão foi atingido por um terremoto, um tsunami e o vazamento do reator nuclear de Fukushima, o país iniciou estudos de reconstrução da cidade com destaque a alternativas energéticas. Investimentos na área de energia solar aumentaram, surgindo como alternativa para as usinas de energia nuclear espalhadas por todo o território.

O mindset japonês

Há uma compreensão filosófica no Japão que a vida inevitavelmente inclui desastres e vitórias que transcendem o indivíduo. Não há tempo para lamentação, apenas a necessidade do trabalho. Esse mindset tem se revelado o principal responsável pela história de superação do país, unindo a população para superar adversidades em diferentes décadas.

Assumir a adversidade como parte da vida e trabalhar incansavelmente, dando o seu melhor, para superá-la é o sentido de ganbaru, a arte japonesa da resiliência, mas que pode levar também à antifragilidade.

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